sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CUNHAS ESQUECIDAS

 “A tempestade de neve daquele inverno não tinha sido muito forte. É verdade que alguns fios de eletricidade haviam sido derrubados e que houve um súbito aumento no número de acidentes ao longo da rodovia.  Normalmente,a grande nogueira teria facilmente conseguido suportar o peso que se acumulou em seus longos galhos. Foi a cunha de ferro escondida dentro dela que causou o estrago.
A história da cunha de ferro começou muito tempo antes, quando o fazendeiro de cabelos brancos [que hoje mora na propriedade em que a nogueira se erguia] era um menino na fazenda de seu pai. A serraria tinha acabado de mudar-se do vale, e os novos moradores ainda encontravam ferramentas e peças de equipamento espalhadas por toda parte. Naquele dia, em particular, foi uma cunha de madeireiro — grande, plana e pesada, com 30 cm ou mais de comprimento, entortada pelo uso — que o menino encontrou  no pasto. (A cunha de madeireiro é utilizada para derrubar uma árvore, inserindo-se a cunha num talho e golpeando-a com uma marreta para alargar a fenda.)  Como já estava atrasado para o jantar, o rapaz colocou a cunha entre os galhos da jovem nogueira que seu pai havia plantado perto do portão principal. Ele pretendia levar a cunha para o galpão logo depois do jantar, ou em outra ocasião em que estivesse passando por ali. Ele realmente pretendia fazê-lo, mas nunca o fez.  
A cunha  estava ali entre os galhos, um pouco espremida, quando ele chegou à idade adulta.  Estava ali, firmemente presa, quando se casou e assumiu a fazenda do pai. Estava parcialmente encoberta no dia em que o pessoal da colheita jantou sob a árvore.  Totalmente oculta na árvore, a cunha ainda estava lá no inverno em que caiu aquela tempestade de neve.
No silêncio gelado daquela noite de inverno  um dos três galhos maiores se partiu e caiu ruidosamente ao chão. O restante da árvore ficou com uma distribuição desequilibrada de peso e também se partiu e acabou tombando. Quando a tempestade passou, não restara sequer um broto da árvore outrora majestosa.
Bem cedo pela manhã, o fazendeiro saiu de casa para lamentar sua perda.  Então seus olhos avistaram algo no tronco desabado.  ‘A cunha’, murmurou ele, reprovadoramente. ‘A cunha que eu encontrei no pasto’. Num instante ele percebeu por que a árvore tinha caído. Presa no tronco que crescia, a cunha impediu que as fibras dos galhos se entrelaçassem como deviam “.......

 Condenar o outro faz com que as feridas permaneçam abertas. Somente o perdão cura.
George Herbert, um poeta do início do século XVII, escreveu: “Aquele que não perdoa destrói a ponte que ele próprio precisará atravessar se desejar atingir o céu, porque todos precisamos de perdão”.
Às vezes nos ofendemos com muita facilidade. Em outras ocasiões
somos por demais obstinados para aceitar um sincero pedido de desculpa.
Vamos vencer nosso ego, orgulho e mágoa e depois dar um passo à frente e dizer: “Eu realmente sinto muito! Vamos ser o que já fomos um dia: amigos. Não passemos para as gerações futuras as desavenças e raivas de nossa época”.
Removamos todas as cunhas ocultas que só servem para destruir-nos.



Trechos do Discurso do  Pres, Thomas S, Monson
 A Liahona Julho 2009

6 comentários:

  1. Lindo....
    Quantas cunhas deixamos guardadas entre as fibras dos nossos peitos....

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    1. É... O pior é que só notamos as cunhas esquecidas quando a arvore cai.
      O perdão é a melhor maneira de tirarmos as cunhas antes de destruirem nossos corações...

      bjusss

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  2. Olá gostei muito de seu blog, te convido a participar do meu.. juntas venceremos!!


    http://beatrizvini.blogspot.com/

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    1. Oi Bia.
      Seja bem vinda.
      Ja estou te seguindo no blog...

      bjusss

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  3. Olá Sandrinha, boa tarde!


    Muito boa a matéria.
    Estou começando com o meu, faça uma visita...

    http://euescolhiamarvc.blogspot.com/


    Beijos

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    1. Oi Mari...

      Seja bem vinda...
      Ja estou te seguindo no blog...

      Obrigada pela visita...

      bjuss

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