Nasceu uma “aguiazinha” com os pintos e com eles crescia normalmente.
Durante todo o tempo a águia fazia o mesmo que fazia os pintinhos, convencida de que era igual a eles.
Ciscava, ia ao chão buscando insetos e pipilava como fazem os pintos, e como eles também batiam as asas conseguindo voar um metro ou dois porque, afinal de contas, é só isso que um frango pode voar, não é verdade?
Passam anos e a águia ficou velha...
Certo dia, ela viu, riscando o espaço, num céu azul, uma ave majestosa, planando, no infinito, graciosa, levada, docemente, pelo vento sem nem sequer bater a asa dourada.
A águia do chão olhou-a com respeito e logo, perguntou ao seu amigo:
"Que tipo de ave é aquela que lá vai"?
"É uma águia! É rainha", diz-lhe o amigo, mas é bom não olhar muito para ela, pois nós somos de raça diferente, simples frangos do chão e nada mais.
Daí por diante, então, a pobre da águia nunca mais pensou nisso, até morrer convencida de ser uma simples galinha.
Anthony de Mello
Enquanto não tomamos a decisão de mudar nossas atitudes e assumir nossa real condição de águia corremos o risco de virar canja.
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